9 de março de 2012

Dinamarca vai restabelecer controlo nas suas fronteiras

    A Dinamarca vai restabelecer o controlo alfandegário nas fronteiras com a Alemanha e a Suécia, anunciou hoje o ministro das Finanças dinamarquês, na sequência de um acordo político entre o governo e a extrema-direita.

Claus Hjort Frederiksen, ministro das Finanças dinamarquês



     "Alcançámos um acordo para reintroduzir os controlos alfandegários nas fronteiras da Dinamarca o mais rapidamente possível", declarou o ministro Claus Hjort Frederiksen.

     A medida dinamarquesa, que deve entrar em vigor dentro de duas a três semanas, segundo o ministro, vai traduzir-se em controlos sobretudo na fronteira com a Alemanha, mas também nos portos e na ponte de Oeresund, que liga a Suécia à Dinamarca.

     A ideia dos controlos reforçados no interior da União Europeia, recentemente defendida por França e Itália para combater a imigração ilegal, foi proposta na Dinamarca pelo Partido do Povo Dinamarquês (PPD, extrema-direita), e pela líder, Pia Kjaergaard, como forma de combater a imigração ilegal e a criminalidade organizada.

     "Nos últimos anos, assistimos a um aumento do crime transfronteiriço e isto é feito para prevenir este problema. Vamos construir novas instalações na fronteira germano-dinamarquesa com novos equipamentos eletrónicos", disse o ministro.

     A decisão dinamarquesa é anunciada um dia antes da data prevista para a apresentação pela Comissão Europeia aos ministros do Interior dos 27 reunidos em Bruxelas as novas condições para uma reintrodução temporária dos controlos nas fronteiras dentro do Espaço Schengen.

     A Dinamarca é um dos 25 países que integram o Espaço Schengen, criado para permitir a cerca de 400 milhões de pessoas circular livremente da Finlândia à Grécia, de Portugal à Polónia, sem mostrar o passaporte.

     Dos 27 Estados-membros da UE, apenas o Reino Unido e a Irlanda, países insulares, decidiram manter-se fora do Espaço Schengen, que inclui em contrapartida três países não membros da UE: Suíça, Noruega e Islândia.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1849537&seccao=Europa&page=-1

2 de março de 2012

Passos Coelho admite que desemprego é “muito elevado” e preocupante




     O primeiro-ministro admitiu nesta sexta-feira que a taxa de desemprego em Portugal é “muito elevada” e disse que o Governo está a acompanhar a situação com “muita atenção e preocupação”, até porque a tendência será para um aumento nos próximos meses.




     Passos Coelho, que reagia no final de um Conselho Europeu em Bruxelas aos números divulgados na véspera pelo Eurostat, que colocam o país como o terceiro Estado-membro da União Europeia (UE) com uma taxa de desemprego mais elevada, de 14,8%, reconheceu ainda que o fenómeno está a atingir “de forma muito dura” os jovens e algumas regiões do país, designadamente a região norte.

    O primeiro-ministro observou ainda que a tendência será para o valor subir ao longo do ano antes de abrandar no segundo semestre.

     O chefe de Governo sustentou que os valores actuais significam que é necessário uma “determinação muito grande” na implementação de “medidas de transformação estrutural” que permita a Portugal ter um caminho de crescimento sustentável, e “uma atenção redobrada a todas as medidas programas de mais curto e médio prazo” sobretudo destinadas a facilitar o acesso dos jovens ao mercado de trabalho.

     Passos Coelho confirmou ainda que o Governo português apresentou à Comissão Europeia um programa de medidas de combate ao desemprego entre os jovens, que gostaria de ver em andamento já dentro de dois meses.

     Passos Coelho explicou que se trata de “uma iniciativa que vinha já sendo preparada em Portugal há algum tempo”, tendo o Governo aproveitado o facto de em Janeiro o executivo comunitário ter proposta uma acção concertada com os oito Estados-membros com taxas de desemprego juvenil mais elevadas para “acelerar esses trabalhos” e comunicar a Bruxelas as intenções de Lisboa “quanto ao desenvolvimento de um programa que responda ao problema”.

     “A intenção é o mais tardar até maio ter estes programas em andamento”, apontou.

     O primeiro-ministro indicou que a proposta se baseia essencialmente numa reprogramação estratégica dos fundos estruturais e estimou que a concretização de diversas medidas possa representar valores entre os 400 e 600 milhões de euros, beneficiando pelo menos 70 mil jovens.

     “Trata-se de um conjunto de medidas que visam criar uma espécie de passaporte jovem em tudo o que envolve estágios profissionais e primeiras oportunidades de emprego, em todos os sectores, com algum destaque para a área da agricultura, mas em todas as áreas sectoriais”, explicou.

     Lembrando que Bruxelas tem a palavra final sobre a proposta de programa português -- cujo “trabalho de concepção ficou concluído” e será apresentado publicamente “muito oportunamente” -, Passos Coelho explicou que naturalmente as autoridades portuguesas estão “disponíveis para aprofundar ou rever alguns aspectos com a Comissão Europeia”, sendo de resto natural que o executivo comunitário possa dar conta a Lisboa de “algumas boas práticas avançadas por outros países”.