16 de fevereiro de 2012

Bial investe 40 milhões em Espanha para entrar no "top" cinco mundial

     A Bial está a investir 40 milhões de euros na sua plataforma em Espanha, 70% dos quais no desenvolvimento de vacinas anti-alérgicas. Objectivo: estar no top 5 mundial na área da imunoterapia alérgica até ao final da década.





     


     “Existem poucas empresas no mundo, umas 15 ou 20, que têm este tipo de vacinas. Trata-se de um mercado que vale cerca de 750 milhões de euros a nível mundial e onde não há grande aposta por parte das multinacionais”, frisou António Portela, CEO da Bial, esta manhã, no Porto, num encontro com jornalistas.

     Diagnosticado o potencial deste nicho de mercado, a Bial decidiu reforçar fortemente as suas operações na área da imunoterapia alérgica, que estão centralizadas em Bilbau, Espanha, com um investimento da ordem dos 40 milhões de euros.

     “Queremos centralizar em Espanha a produção e a investigação na área da imunoterapia alérgica e criar condições para que Bial seja um importante ‘player’ a nível mundial na comercialização e desenvolvimento de vacinas e meios de diagnóstico”, explicou António Portela.

     “Inauguramos agora a nova unidade integrada de produção e investigação, localizada no Parque Tecnológico de Biscaia, em Bilbau, onde investimos cerca de 12 milhões de euros, e prevemos investir mais 28 milhões de euros, nos próximos anos, nos projectos de desenvolvimento de vacinas anti-alérgicas e meios de diagnóstico”, detalhou o mesmo gestor.

     A componente maior do investimento em território espanhol será aplicado em I&D das nove vacinas que a Bial tem actualmente em diferentes fases de desenvolvimento, duas das quais, garantiu Portela, deverão chegar ao mercado entre 2014 e 2015.

     “Prevemos colocar no mercado as nove vacinas nos próximos oito anos”, revelou o CEO da Bial. Tradução comercial: “Chegar ao top-5 mundial até ao final da década”, enfatizou.

     Duas notas adicionais para compreender a dimensão desta ambição: as empresas que operam actualmente nesta área farmacêutica fazem apenas vacinas personalizadas, tal como a Bial Espanha (avia 220 mil “frasquinhos” por ano para Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Cuba e Venezuela), pelo que a empresa portuguesa é uma das poucas, em todo o mundo, que está neste momento a desenvolver vacinas standardizadas.

     O mercado espanhol gerou 30 dos 140 milhões de euros de vendas da Bial no ano passado, tendo a área da imunoterapia contribuído com cerca de 15% para essa performance. “Com o investimento que estamos a realizar, o nosso objectivo é fazer crescer a dois dígitos anuais a facturação nesta área”, fixou António Portela.

     “Conjuntamente com a asma, a doença do foro alérgico constitui a doença crónica de maior prevalência a nível mundial. Estima-se que 150 milhões de pessoas na Europa sofram de doenças alérgicas, perspectivando-se que a prevalência destas patologias continue a aumentar e que em menos de 15 anos mais de metade da população europeia tenha doença alérgica.”

     Além do reforço da aposta na área do tratamento de alergias, a Bial mantém um investimento médio anual de 40 milhões de euros no desenvolvimento de seis medicamentos de raiz (o primeiro, o antiepiléptico Zebinix, está à venda já em 26 países) e novas soluções terapêuticas, nas áreas dos sistemas nervoso central e cardiovascular.

     A Bial vende medicamentos para cerca de meia centena de países, que geram 40% da sua facturação, emprega mais de 800 pessoas e detém instalações em Itália, na Suíça, em Moçambique, em Angola, na Costa do Marfim e no Panamá, além das de grande dimensão que possui em Portugal e em Espanha.


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